Saturday, April 25, 2009

Não quero saber

Não quero saber
De ti, vendaval,
Vento, pecado inocente
Litoral escondido nas tuas costas
O mar
Em ruínas que se desmonta
E se encaixa
E se perde
E se encontra nos beijos
De sal, de cal
De danças exóticas
Paranóia dos dias adormecidos
E eu
Espectadora do refúgio azul
Sem me esconder, encontras-me
Adormecida, ciente
Do cigarro que se evapora no ar
Não.
Não quero saber.
Se soubesse, diria
Que foste talvez o melhor
E, se em tamanha alegria
Te soubesse de cor
Talvez pensasse
Que afinal queria saber.
Não.
Barulho, pedra fria.
Chega!
Lágrimas tóxicas
Que me limitam a visão
Não.
Não, não, não!
Prefiro acreditar
Que não quero saber
Do que saber que na algibeira
Está a razão.